A AEL (academia estudantil de letras) foi um sonho que saiu da sala de aula da professora Sueli da EMEF Padre Antônio Vieira da zona leste da capital paulistana e virou um projeto da Secretaria Municipal de Ensino.
O estímulo à leitura e o resgate de valores morais como solidariedade, respeito mútuo, amor e paz dão a direção deste projeto que hoje já é realizado em mais de 17 escolas da DRE Penha, se expandiu para as outras DRE e também chegou a outros estados brasileiros.
“Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”
Raul Seixas
O sonho chegou até a EMEF Profº Abrão de Moraes e deu cara com uma realidade não muito otimista e um terreno não muito fértil. Apesar das dificuldades de início, há lavradores experientes e algumas pérolas entre os estudantes.
É sob este contexto que volto a escrever no blog depois de um grande espaço de tempo.
Quero compartilhar aqui mais uma experiência, que não é direcionada somente a professores de português, mas sim a todos os amantes de literatura.
O primeiro encontro da AEL Abrão de Moraes ocorreu no dia 29/04/2011. Foi o início de um namoro em que o clima, as primeiras impressões encantariam ou afugentariam os aspirantes acadêmicos.
Pedi para que a Sueli estivesse presente para que pudesse explicar aos alunos, um grupo de 5 crianças da 7ªB, o que era a AEL e o que os esperavam. Até para mim mesma, esta explanação já clareou muito, principalmente sobre o meu papel como orientadora literária.
Coloquei um vestido de vampira e amarrei uma echarpe na cintura, nos cabelos usei uma coifa*. Estava improvisada uma nobre medieval.
Expliquei a eles que na Idade Média os livros eram proibidos, sendo reservados somente ao clero e alguns poucos membros da nobreza. A minha roupa se remetia àquele tempo e pela leitura seria possível eles conhecerem e se apropriarem da cultura de diferentes povos e nações em diferentes épocas históricas.
Para encerrar, disse-lhes que muitos textos que andam circulando hoje são apenas cópias ou são inspirados em mestres do passado. Quando era adolescente muita gente pensava que a música Monte Castelo do Legião Urbana era composição do Renato Russo. Na verdade, a canção une o soneto de Camões “Amor é fogo que arde sem se ver” e um trecho da bíblia Corintíos I.
Assim que peguei o violão e toquei a canção dentro daquela biblioteca, vi nos olhos daqueles 5 adolescentes e mesmo da coordenadora e da própria Sueli um brilho enternecedor. Foi então que me reconheci novamente. Estava voltando ao caminho que o sistema prefeitura de ensino estava querendo me desviar.
Começa agora o planejamento para a fundação da mais nova AEL da DRE Penha que terá como patrono o irrevente escritor Luís Fernando Veríssimo.
Para mais informações consultem o blog da Sueli click aqui
Estou muito contente com a chegada da AEL LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO!
PARABÉNS, PROF SHIRLEY E QUERIDOS ALUNOS ACADÊMICOS DA EMEF ABRÃO DE MORAES!
MUITAS ALEGRIAS PARA VOCÊS COM O PROJETO!
Sueli
Obrigada, querida Sueli pelo apoio e carinho.
Estou, realmente, tendo muitas alegrias, pois a cada encontro aprendo mais e percebo que mais um tijolinho se junta ao edifício.
Beijocas